fronteira

Deslizo a cadeira de plástico até à varanda
E com ela um barulho estressante para quem está do lado
Devido o atrito dos dois pés da cadeira com a cerâmica 
Em minha mão direita um cigarro 
Na esquerda um capulho bolado
Sento pendurando minhas pernas na proteção de ferro da varanda
E acendo o cigarro olhando para a avenida barulhente, como minha mente
E desfruto del Paraguay
Avistando do Brasil
Um privilégio dedicado também a uma proletariada como eu 
Mas o privilégio de morar de frente para outro país é de poucos 
Em fim acendo o capulho
E a fumaça desliza em meus pulmões 
Organizando minha mente 
Me permitindo viajar sem sair do lugar
Com vista para Cidade Del Leste 
Que descansa do comércio caótico do dia
Penso que tenho que aprender a falar portunhol logo
E morar entre três fronteiras latinas é ideal
Meu capulho já na metade 
Me faz pensar que morar em Foz é ideal também para quem dá uma panca
Pois é barato e verdinho
Ajuda na redução de danos e na concentração
O que me faz lembrar que tenho leituras a fazer
Então me levanto no ritmo da brisa
Apago o fire e levo a cadeira de plástico,
levantando para evitar barulho.


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