Você
Quando eu era criança você era a mulher mais incrível do mundo Me sentia protegida e amparada, mesmo com a falta que era não ter um pai Mas até isso você fez por nós Casol com um homem, mesmo sem amor Por nós Um homem que chamei de pai Um homem com bloqueios emocionais Mas claramente de coração grande, pois assumiu as filhas de outro homem Você sempre ressaltava isso que chamavam de dádiva, de sorte, de um grande favor Como se não houvesse interesses da parte dele E você a coitada abandonada grávida Desesperada, desamparada, fragilizada Mas sempre foi uma covarde, medrosa, vítima. Nunca foi por nós. Sempre foi por você Tenho medo de me tornar um espelho seu. Você nunca quis encarar a realidade de frente, sozinha E ainda chamava de sorte Cresci me sentindo na obrigação de ser grata a um homem que me violentava Que gostava de me olhar E você fechava os olhos, mãe Acorbertava as violências, por ter medo de morrer sozinha E eu te romatizei a vida toda. Você me manipulou porque eu era u