Contos de minha avó - Parte II
Contos de minha avó Parte II Diz que Raimunda ficou trabalhando na casa de comerciantes que a acolheram, mas ganhando apenas o de comer. No primeiro dia, a moça que convenceu seu Bartolomeu, o pai de Raimunda, que ela ficasse, lhe deu as coordenadas sobre o trabalho a realizar: limpar a casa, lavar as coisas sujas de comida e ajudar dona Maria a fazer as comidas. Dias depois era Raimunda quem fazia todo o trabalho doméstico, já que dona Maria já estava adoentada. Raimunda não se importava com todo o trabalho. Gostava, até! Não fazia nada que já não fazia, excerto pela comida nas panelas. Durante seus dias, seu maior prazer era ficar na cozinha. Enquanto a panela do feijão cozinhava, sentava no mesmo banco de madeira que sentara no primeiro dia, e ficava sentindo o cheiro que subia com o vapor da água. Tentava não pensar, não tinha esse direito, mas de vez em quando imaginava como estava seu pai, se é que ele estava. Sua mãe, já sabia, havia falecido. Quando