Postagens

Mostrando postagens de abril, 2024

fronteira

Deslizo a cadeira de plástico até à varanda E com ela um barulho estressante para quem está do lado Devido o atrito dos dois pés da cadeira com a cerâmica  Em minha mão direita um cigarro  Na esquerda um capulho bolado Sento pendurando minhas pernas na proteção de ferro da varanda E acendo o cigarro olhando para a avenida barulhente, como minha mente E desfruto del Paraguay Avistando do Brasil Um privilégio dedicado também a uma proletariada como eu  Mas o privilégio de morar de frente para outro país é de poucos  Em fim acendo o capulho E a fumaça desliza em meus pulmões  Organizando minha mente  Me permitindo viajar sem sair do lugar Com vista para Cidade Del Leste  Que descansa do comércio caótico do dia Penso que tenho que aprender a falar portunhol logo E morar entre três fronteiras latinas é ideal Meu capulho já na metade  Me faz pensar que morar em Foz é ideal também para quem dá uma panca Pois é barato e verdinho Ajuda na redução de danos e na concentração O que me faz lembrar

serpente

Me encontro rastejando entre angústias  Sobre minhas escolhas Me obrigando a lembrar que tudo tem um preço Me encontro realizada em meus planos Com veneno das lembranças pingando em minhas presas Me obrigando a lembrar que para poder amar  Tive que sentir a dor da traição  Que para alcançar meu título  Tive que sacrificar o convívio com meu alicerce, minha família  Para ser respeitada tive que crescer até trocar de pele Um sonho também tem uma carga  Tanto para sonhar quanto para realizar. Nas entranhas mais escondidas de minha pele Só eu sei o que passei para rastejar até aqui  E o aqui é construído por experiências Que agora são lembranças Destacadas em um couro duro. Hoje sou uma serpente ansiã De cores opacas devido o tempo Lenta, até  Mas mais traiçoeira devido a maturidade.