O Último Poema



O Último Poema 

Lembranças surgiram do cheiro do quarto que era sala
Da rede que é a mesma rede
O cheiro misturado com seu e que agora é único
Lembranças em que a paixão já não tá mais nela
Que migrou para outro sexo
Outro beijo
Outro toque
Um toque quem sabe mais sensível
Envolvente
Sensações outras
Sensações que fazem surgir as suas
O cheiro
As carícias
Seu sorriso sincero, meio sem jeito
Seu medo dos próprios sentimentos correspondendo aos beijos em todo rosto
Sua insegurança que dava vontade de guardar dentro de mim
Lembranças de quando passávamos 2 horas deitados naquela rede verde, 
Sentindo
2 horas calados
Colados
Assustados com a intensidade do maldito sentir
Assustados com a completude de estar alí 
E agora deitada aqui
Cansada do cansativo dia 
E pensando nas borboletas que no estomago voa ao ver outro alguém
Excitada aqui em baixo ao pensar no sexo de ontem
Com outro orgasmo
Outro sorriso
Lindo
E grande e suave e tocante
E que dá medo da suposta insegurança do outro
Do outro quem sabe também não entender
Que minha liberdade não se confunde com libertinagem
Que eu deixar livre é meu eu ser livre
Que meu amar não é o amar de todo mundo
Outro que me faz lembrar ex outro 
Refletido no medo
Medo de todo homem não suportar minha loucura de não ser
Não obedecer 
De amar me amando sem deixar de amar
De ser vento
Mesmo tirando o ar.

(Por: Amanda, Ilustração: Instagram @maria_uve_)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Você

Não é pessoal

Terceira margem do riso